BAD CINEMA














BAD CINEMA é um projeto artístico de Sama, que nos 

é apresentado em forma de vídeos, pinturas e desenhos 

geralmente feitos com tinta spray, instalações sonoras e 

performances, que têm referências nas produções dos

B Movie”, filmes de baixo orçamento, oriundos 

principalmente dos anos 70 e 80 do século XX, que 

abarcavam géneros diversos como, ficção científica, 

horror, artes-marciais e subgéneros como, sexploitation,

giallo etc… Filmes, muitos deles assistidos em reprises na

televisão, que outrora influenciaram o artista, e que, de 

um certo modo distorcido, e às vezes jocoso, preconizaram

os efeitos nefastos do Capitalismo Tardio no estado das 

coisas na atual realidade sócio-política-econômica 

ocidental. Soma-se a este caldo de cultura seminal, 

referências aos comix, romances policiais e música punk. 

Nas performances, onde são executadas peças sonoras, 

leituras e projeções, também integram o projeto a artista 

visual e cineasta Luísa Sequeira, cofundadora, com o 

artista Sama, da Oficina Imperfeita, um espaço de

desenvolvimento e práticas de arte de viés anti-

hegemônico e o músico experimental David Veredas.


Sobre o conceito, apesar das referências à elementos da 

cultura popular estarem presentes, uma associação direta

desta provocação de Sama com o movimento Pop Art dos

anos 60 seria no mínimo equivocada. Considerando que, 

apesar de também conter críticas à cultura de consumo, 

há na proposta original de Sama, uma denúncia que vai 

além, que resulta na demolição, ou reificação destes 

símbolos e ícones da cultura pop, expondo-os como 

agentes a serviço da supremacia anglo-saxã do norte 

global, que não obstante, ruma em ritmo acelerado para 

um estado de falência econômica, moral e cultural. 

Se para Warhol e Lichtenstein, Mickey ou Superman 

foram dignos de serem apresentados em museus e espaços 

de arte, com todas as suas cores, romantismo e glamour 

respectivos, para criticar e ao mesmo tempo celebrar a 

ascensão da classe média estadunidense, para Sama, um 

artista brasileiro que cresceu num país capitalista periférico, 

os mesmos são expostos nas suas versões mais ambíguas, 

primeiro como agentes imperialistas e posteriormente, 

como representantes do iminente colapso do poder 

hegemônico ocidental.

 

10/2025