O INVENTÁRIO DO FIM DO MUNDO

 INVENTÁRIO DO FIM DO MUNDO é a nova exposição do duo de artistas Sama & Luísa Sequeira, fundadores da Oficina Imperfeita, já temos no título uma provocação. “Inventário do Fim do Mundo”, uma alegoria ao mundo que nós conhecíamos até então, pois, segundo os próprios artistas, sob a força dos factos e dos recentes eventos da história, chegamos a um ponto de ruptura irreversível. 

 


A miscelânea de linguagens e suportes das obras, podem confundir os menos versados sobre as possibilidades do poder da Arte Contemporânea, quando aplicados por artistas engajados sobre as questões de seu tempo. Na exposição podemos contemplar desenhos, pinturas, objectos, instalações e vídeos, que ao longo dos anos vieram a construir um corpo de trabalho, tanto coletivo como individual, de obras artísticas que diferem-se nas questões formais, mas se encaixam na definição de anti-hegemônicas.

Nesta ocupação da Galeria FFAC (@_portoaoporto), composta na sua maior parte, por trabalhos inéditos da dupla, encontramos referências ao Cinema B, à Política, às Distopias da Ficção Científica, BDs etc… Temas caros a ambos os artistas, que vão da observação crítica e poética da realidade cotidiana, como as emergências de Estados Policiais para qual rumamos, até uma releitura às referências da Cultura Pop, mas não num aspecto nostálgico, mas de uma forma mais ácida e demolidora.

Sama (Eduardo Felipe Dutra) é um artista brasileiro que vive e trabalha em Portugal. Sua produção constitui um “Atlas”, que se desdobra por linguagens e dispositivos como: Desenho, Pintura, Escrita, Colagem, Performance, Objeto, Teatro, Arte Sonora, Comix e Cinema Experimental. Seu interesse é referente ao impacto da cultura de massas na poética contemporânea, mas a partir de um ponto de vista periférico e anticolonial. Sama integrou exposições individuais e coletivas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Lisboa, Porto, Beja, Londres, Mindelo e Viena. Participou em várias bienais, entre elas; a I e a II Bienal Internacional de Histórias em Quadrinhos do Rio de Janeiro, sob o nome "Eduardo Felipe", e as: Bienal de Arte Contemporânea de Gaia e Bienal Internacional de Arte de Cerveira, sob o pseudônimo, "Sama".

 

BAD CINEMA














BAD CINEMA é um projeto artístico de Sama, que nos 

é apresentado em forma de vídeos, pinturas e desenhos 

geralmente feitos com tinta spray, instalações sonoras e 

performances, que têm referências nas produções dos

B Movie”, filmes de baixo orçamento, oriundos 

principalmente dos anos 70 e 80 do século XX, que 

abarcavam géneros diversos como, ficção científica, 

horror, artes-marciais e subgéneros como, sexploitation,

giallo etc… Filmes, muitos deles assistidos em reprises na

televisão, que outrora influenciaram o artista, e que, de 

um certo modo distorcido, e às vezes jocoso, preconizaram

os efeitos nefastos do Capitalismo Tardio no estado das 

coisas na atual realidade sócio-política-econômica 

ocidental. Soma-se a este caldo de cultura seminal, 

referências aos comix, romances policiais e música punk. 

Nas performances, onde são executadas peças sonoras, 

leituras e projeções, também integram o projeto a artista 

visual e cineasta Luísa Sequeira, cofundadora, com o 

artista Sama, da Oficina Imperfeita, um espaço de

desenvolvimento e práticas de arte de viés anti-

hegemônico e o músico experimental David Veredas.


Sobre o conceito, apesar das referências à elementos da 

cultura popular estarem presentes, uma associação direta

desta provocação de Sama com o movimento Pop Art dos

anos 60 seria no mínimo equivocada. Considerando que, 

apesar de também conter críticas à cultura de consumo, 

há na proposta original de Sama, uma denúncia que vai 

além, que resulta na demolição, ou reificação destes 

símbolos e ícones da cultura pop, expondo-os como 

agentes a serviço da supremacia anglo-saxã do norte 

global, que não obstante, ruma em ritmo acelerado para 

um estado de falência econômica, moral e cultural. 

Se para Warhol e Lichtenstein, Mickey ou Superman 

foram dignos de serem apresentados em museus e espaços 

de arte, com todas as suas cores, romantismo e glamour 

respectivos, para criticar e ao mesmo tempo celebrar a 

ascensão da classe média estadunidense, para Sama, um 

artista brasileiro que cresceu num país capitalista periférico, 

os mesmos são expostos nas suas versões mais ambíguas, 

primeiro como agentes imperialistas e posteriormente, 

como representantes do iminente colapso do poder 

hegemônico ocidental.

 

10/2025 


O vídeo "ELON" estreia na Mostra FUSO de videoarte, no MAAT em Lisboa, no dia 27 de agosto de 2025


 

Elon é uma obra de videoarte construída com poesia, música, composição visual, arte sonora, espírito crítico e até um pouco de humor ácido que tenta captar o Zeitgeist destes tempos de realidades virtuais, ameaças reais e os seus heróis artificiais.

texto, conceito original e realização: Sama 
voz e guitarra:  Carlos Lopes

https://fusovideoarte.com/fuso_eventos/elon/

Quem é Sama?

 

Sama é o "ghost artist" do artista contemporâneo brasileiro Eduardo Felipe Dutra. Eduardo Felipe iniciou sua carreira profissional trabalhando como ator no teatro e no cinema. Após uma formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro, sob o alter ego de "Sama" a sua produção autoral configurou-se num verdadeiro "Atlas", que desdobra-se por diversas linguagens e dispositivos artísticos, como desenho, pintura, escrita, colagem, performance, objeto, arte sonora, vídeo e cinema.

Os seus interesses são referentes ao impacto da cultura de massas na poética contemporânea. O olhar reactivo de Sama sobre este fenómeno nos é apresentado a partir de uma perspectiva periférica, carregada de um humor ácido, mas sempre ancorado numa reflexão ressignificativa, e geralmente acompanhada de um forte cunho político e social.

Após os prémios do XII Salão Universidarte e do XV Salão Carioca de Humor com o trabalho,"BIN LADEN BRADESCO" ambos em 2004, Sama ao longo da sua carreira, tem participado de diversas exposições individuais e coletivas de arte contemporânea em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Lisboa, Porto, Beja, Londres, Mindelo e Viena, entre outras. Dentre as suas exposições individuais mais recentes destacam-se "BLACKS FROM OUTER SPACE" no Centro Cultural do Mindelo (Cabo Verde, 2019), "KILL THE PRESIDENT" nos Maus Hábitos (Porto, 2019), "DETECTIVE AYAHUASCA" na MASC FOUNDATION (Viena, 2022) e "I DON’T DREAM IN A.I." na Galeria Extéril (Porto, 2024). Em 2020 além de integrar o elenco da peça/exposição A.N.T.I.G.O.N.A, produzida pelo TEP (Teatro Experimental do Porto), Sama produz várias pinturas e objectos de arte em parceria com a cenógrafa Catarina Barros, que estiveram em exposição no Teatro Carlos Alberto no Porto. No ano de 2021, Sama foi um dos artistas convidados para a 4ª Bienal Internacional de Arte de Gaia, onde integrou a exposição "A Democracia é uma obrigação de todos os dias" com a curadoria de Valter Hugo Mãe. Em 2024, Sama foi também um dos artistas selecionados para a 23ª Bienal Internacional de Cerveira, onde apresentou a obra "SORRIA".

Além da sua produção expositiva, Sama publicou livros e zines de comix que já foram distribuídos no Brasil, França e Portugal como, A BALADA DE JOHNNY FURACÃO Editora Flâneur (Brasil 2011), NADA A TEMER auto-edição (Portugal/Brasil 2016), A ENTREVISTA Edição Mundo Fantasma (Portugal -1º ed. 2015/ 2ª ed. 2018), MONDO SAMA Editora Noir (Brasil 2018), TRANZOMBA/DETETIVE AYAHUASCA auto-edição (Portugal 2022) entre outros... Juntamente com a sua companheira, Luísa Sequeira, fundou a OFICINA IMPERFEITA, um espaço localizado na cidade do Porto dedicado ao desenvolvimento e prática de arte de viés anti-hegemónico. Em parceria, lecionam workshops de cinema e apresentam filmes experimentais e documentários em diversos países, como Portugal, Noruega, São Tomé e Príncipe, França, Alemanha, Reino Unido e Brasil.


Ainda no campo audiovisual, Sama também se destaca pelas suas performances de desenho e mise-en-scène ao vivo, denominadas "INTERVENÇÕES SAMÂNICAS", como a realizada no Círculo Sereia – Anozero da Bienal de Coimbra (2024) e em diversas edições dos CONCERTOS DESENHADOS no Festival Internacional de BD de Beja. Para além disso, Sama tem-se dedicado à realização de filmes experimentais, entre os quais se incluem a série de animação erótico-noir de 13 episódios "Motel Sama" co-realizada com Luísa Sequeira, que foi produzida e exibida no Canal Brasil, Sama também é o responsável pelas animações, assemblages e ilustrações do documentário O QUE PODEM AS PALAVRAS de Luísa Marinho e Luísa Sequeira, filme vencedor do Prémio do Público na 20ª edição do DocLisboa (2022). Sama também concebeu e realizou o curta transmídia "Detective Ayahuasca", o vídeo-protesto "SK8 for Freedom" e o vídeo "ELON", que contou com a participação do músico Carlos Lopes(Dorsal Atlântica). ELON foi selecionado para o FUSO - Festival Internacional de Videoarte de Lisboa (2025).



ELON by Sama & Carlos Lopes

www.youtube.com/watch?v=Bxt_Y0ZIdAM

ELON - A work of art by Sama & Carlos Lopes created with poetry, music, visual composition, sound art, critical spirit and even a bit of acid humor that tries to capture the Zeitgeist of these times of virtual realities, real threats and their artificial heroes. / Um trabalho de arte por Sama & Carlos Lopes construído com poesia, música, composição visual, arte sonora, espírito crítico e até um pouco de humor ácido que tenta captar o Zeitgeist destes tempos de realidades virtuais, ameaças reais e seus heróis artificiais.

SORRIA - (Smile, you are being recorded)

 


Sorria - Trabalho selecionado para a 23ª edição da Bienal Internacional de Arte de Cerveira que tem como tema, "És Livre?" 

Bienal de Cerveira

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